Sabe quando você compra um livro por impulso e quando começa a ler não era bem o que você esperava? (mas calma, melhora).
No começo da leitura de A mágina na cozinha eu estranhei bastante o tema culinária fingida, mas o livro deixa bem claro que ela não necessariamente tem a ver com adulteração. Acho também que me assustou um pouco começar a leitura com assuntos como aromatizantes artificiais, que são coisas que eu tento banir da minha cozinha.
Preparar certos alimentos para se parerecem com outros pode ser util quando os originais se tornam caros ou raros. Às vezes isso é ruim, como no caso do chuchu tingido que vira “cereja”. Ou pode ser bom, como no caso do nosso marrom glacê (que não tem nada de castanhas portuguesas glaceadas – que aliás é um negócio bem decepcionante e caro pra caramba). Os alimentos fingidos também tem a função de substituir ingredientes proibidos por questões religiosas, éticas ou nutricionais. E o motivo que me ganhou de vez: substituições de alimentos por questões de alergia alimentar.
Na segunda parte do livro, o autor fala um pouco sobre a história das comidas e bebidas mais reproduzidas por métodos alternativos, digamos assim, seja para refazer as receitas originais de uma maneira mais fácil, mais ética ou porque simplesmente existe muita gente adulterando comida por aí mesmo.
E a terceira parte do livro é toda de receitas bem bacanas dessa culinária fingida, jeitos de reproduzir comidas famosas em casa ou fazer substituições. Eu fiquei aguada para experimentar o camarão falso feito com filé de peixe, já que não como camarão.
No final o livro foi uma grata surpresa, porque junta história da gastronomia com receitas. Gostei.
A Mágica na Cozinha
Renato Freire
Editora Senac
ISBN 9788574582948
320 páginas, capa comum, 2011 (1ª edição)